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O que são emoções e por que elas existem?

  • Foto do escritor: Vanessa Bonadiman
    Vanessa Bonadiman
  • 4 de mar. de 2023
  • 4 min de leitura

Imagem. Fonte: Pinterest


Pode ser desafiador para muitas pessoas gerenciar suas emoções quando não entendem como elas funcionam. Nós seres humanos, assim como outros mamíferos, temos emoções por algumas razões que falaremos mais adiante. De modo simplificado, elas são reações do nosso corpo ao que acontece dentro e fora de nós, e englobam tanto o que acontece dentro da pele (“sensações” corporais e mudanças no nosso sistema nervoso, cerebral, muscular, etc.) como as ações (aquilo que fazemos no mundo) e até as nossas expressões faciais.

À luz da Terapia Comportamental Dialética (DBT), temos cerca de 10 a 12 emoções principais: o restante podem ser compreendidas como derivações dessas. São elas: medo, raiva, tristeza, alegria/felicidade, nojo/repulsa, vergonha, culpa, ciúme, inveja, amor, surpresa e interesse. Se você é humano, vai sentir todas essas emoções ao longo da vida.

Para ajudar na compreensão do porque elas existem, é importante compreender que as emoções, assim como outros comportamentos, devem ser encarados à luz da nossa evolução enquanto espécie. Em outras palavras, as emoções foram (e são) necessárias para nossa sobrevivência!

Vamos tomar como exemplo a emoção Medo. Imagine nós humanos há milhares de anos, na época em que éramos caçadores coletores, vulgo época “das cavernas” mesmo. O medo tinha função protetiva: se você vê um leão ou um urso, seu corpo possui uma estrutura arquitetada para que a resposta do medo seja ativada no modo “escapar do perigo”. Veja como se dá nossa resposta automática e orquestrada para responder a um perigo real: seu coração começa a bater mais rápido, bombeando mais sangue para as pernas (para auxiliar na função de correr); os brônquios do seu pulmão se dilatam para que você tenha uma respiração mais efetiva; seu sistema digestivo trava (afinal, seu corpo não vai lidar com isso agora); seu sistema atencional e de visão se expande (de forma a facilitar a fuga); seu sistema nervoso inibe a dor; suas mãos ficam frias e sem muito sangue (pois em geral, nós bípedes usamos as mãos pra nos defender)... enfim, tudo isso é ativado em questão de segundos. Uma vez seguro, sua emoção de medo começa a baixar, fazendo com que seu estado de alerta vá diminuindo até cessar e voltar ao "normal".

Partindo desse exemplo, o medo foi necessário para que pudéssemos ter chegado até aqui, até esse momento da história. Quem não tinha medo, provavelmente morreu cedo. O mesmo acontece com outras emoções. O nojo (repulsa), por exemplo, foi selecionado pois podíamos facilmente ser envenenados na nossa alimentação enquanto coletores: sua função principal é evitar qualquer tipo de contaminação. Já a raiva nos coloca em modo de autodefesa e nos prepara caso tenhamos que nos defender quando ameaçados ou atacados em uma questão de sobrevivência (nossa ou de alguém que amamos): ela nos faz “ir pra cima”.

É importante ressaltar ainda que todo esse “sistema interno” e estruturado permanece o mesmo daquela época “das cavernas”: a questão é que por vezes, a exemplo do medo, o perigo não é de fato real, mas aprendemos a ter medo em determinadas situações, como falar em público, por exemplo.

Se ainda não ficou claro, deixo aqui em destaque as funções das emoções:

  • Elas nos organizam pra ação e economizam tempo, como no caso do medo no exemplo acima. Se você está na praia e vem um tsunami, uma onda gigantesca prestes a engolir você todos ao redor, você não vai calmamente dizer aos seus familiares que uma onda gigante está chegando. Seu sistema liga em segundos e você já sai correndo e gritando para alertar os outros.

  • Elas comunicam coisas importantes a nós mesmos, podendo ser compreendidas como sinais de alerta: Quando você sente raiva na relação com outra pessoa, é possível que algum limite u valor pessoal seu tenha sido ultrapassado, por exemplo.

  • Elas têm um papel importante de comunicar aos outros, cumprindo aí uma função social: pense por exemplo, como é importante uma criança expressar aos pais (ainda que não saiba dar nome) que ela está com medo de uma pessoa, diante de uma possível situação de abuso, por exemplo.



Deixo também aqui um ponto importante: as pessoas sentem de forma diferente. Isso significa que algumas pessoas podem experenciar as emoções de forma intensa, sentindo, em geral, mais do que as outras. Isso se deve a uma vulnerabilidade biológica que já vem conosco quando nascemos.

A psicoterapia pode auxiliar para que você não só compreenda como é sua forma de sentir em determinados contextos, mas pode fornecer ferramentas para que você aprenda a regulá-las e a antecipar situações que possam fazer com que suas emoções sejam fortemente ativadas.

Para encerrar, esse texto teve como objetivo explicar que nossas emoções têm razão de existir e que elas não são um problema em si, não são inimigas. Elas são naturalmente humanas, nem boas e nem ruins, ainda que possam ser desconfortáveis e que possa ser difícil regulá-las. Quando muito intensas e com acentuada demora para passarem, elas podem caracterizar um quadro de desregulação emocional ao qual todos estamos sujeitos em algum momento da vida.

 
 

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